Por que acha que diminuiu o
número de jovens médicos que
opta pela Homeopatia como
especialidade?
A medicina hoje está em crise de
conceito. Há um ano, foi publicado
no jornal do CREMESP um artigo
em que um professor de medicina
da USP pergunta a todos os calouros
da faculdade, em seu primeiro dia de
aula: por que decidiu cursar medicina?
A maioria das respostas foi: por
amor, para ajudar o próximo.
Aí fi ca a
pergunta: por que, depois de cursar os
6 anos de medicina, o aluno escolhe a
especialidade que mais lhe dá retorno
fi nanceiro, a que lhe propicia mais
prestígio e menos contato com paciente,
ao invés de fazer uma escolha
motivada pelo amor?
O que acontece
durante os anos de faculdade para que
o aluno entre por amor e saia fazendo
escolhas por dinheiro?
A verdade é
que a faculdade de medicina esteriliza
o aluno, que é massacrado durante 6
árduos anos por um ambiente que
não aceita nenhum outro tipo de
terapêutica que não seja a alopática,
química, reducionista, mercantilista,
materialista e dualista.
O próprio
aluno não sabe que sua prática se
baseia necessariamente nessas premissas,
pois em nenhum instante é
questionado o dogma terapêutico dominante ou a epistemologia em
que está inserido.
Não se discute o
conceito de cura e ao fi nal do curso
o aluno acredita que a cura é o silêncio
dos órgãos, crê apenas na mera
paliação dos sintomas, fruto de uma
medicina que serve à industria e não
ao paciente.
Com isso, uma especialidade
que se baseia na cura pelo
semelhante, que é vitalista, holística,
centrada na pessoa, que busca a cura e
não meramente a paliação imediatista
dos sintomas, é buscada apenas pelos
raros sobreviventes da escola médica
que não se deixaram esterilizar pela
doutrina Flexneriana imediatista e
paliativista.
O médico que escolhe se
especializar em Homeopatia é aquele
que mantém em si os motivos pelos
quais ingressou na faculdade de medicina:
o amor e a ajuda ao próximo.
Por que escolheu ser homeopata?
Eu escolhi fazer medicina para fazer Homeopatia.
Meu pediatra Homeopata,
grande Dr. Antônio Alfredo, por quem
tenho grande carinho e admiração, me
homeopatizou desde meus primeiros
meses de vida. Minha mãe, dentista,
vendo Dr. Alfredo me tirar de crises de
asma com Arsenicum album e me curar
de escarlatina com Belladonna, também
se interessou e fez especialização em
Homeopatia.
Estudei na Escola de Medicina
e Cirurgia da UNIRIO, fui aluno
e monitor do prof. Francisco Freitas, que
também foi meu orientador nos projetos
de extensão e pesquisa universitária, no qual tratávamos ambulatorialmente
os idosos com Homeopatia, através do
Programa Renascer.
Nós também medicávamos
as criancinhas internadas
na enfermaria de pediatria do HUGG
– Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
- com medicamentos Homeopáticos.
Foi daí que surgiu minha monografi a e,
também, a certeza de que a Homeopatia
é o meu caminho.
Que outros cursos fazem parte de
sua formação?
Durante a graduação estudei clínica
médica na universidade de Turin, na
Itália, e Medicina de Família e Comunidade
na Universidade de São Paulo.
Ao terminar o curso de medicina, em
2013, ingressei direto na especializa-
ção de Homeopatia na ALPHA/APH
e terminei agora em março de 2015.
O que significa para você estar à
frente deste novo trabalho?
Significa muita responsabilidade e
grande chance de crescimento.
Sinto
que agora é a oportunidade que
tenho para ajudar a Homeopatia a
conquistar cada vez mais espaço, a
melhorar a qualidade dos médicos
recém- formados, a estimular o estudo
e a aquisição de conhecimentos,
chegar cada vez mais próximo do
simillimum, curando cada paciente no
mais profundo de seus sofrimentos, e
da forma mais rápida, suave, duradoura
e menos nociva, assim como nos
ensinou Hahnemann.
FONTE: PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE HOMEOPATIA JANEIRO/JULHO DE 2015 ANO 25 - Nº 110
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